Bem,
senhoras e senhores, o Santo do Pau Oco está aí. Que pague dízimo a ele quem
crer no milagre da "descondenação". Segundo interpretações acerca do
debate sobre o marco regulatório da internet, atos considerados antidemocráticos
ou discursos de ódio contra o sistema do (des)governo brasileiro serão
retirados da rede. Isso foi decidido pelos infalíveis e intocáveis
representantes da nova "Opus Dei" da moral estatal, ou da
"Satiagraha" do momento — verdade suprema conforme o edital do dia —
num país vizinho ao Paraguai.
A coisa
parece funcionar assim: se qualquer cidadão produzir um vídeo ou reportagem que
exponha irregularidades do governo, como por exemplo, o uso de cuecas para
ocultar dinheiro, o não pagamento de aposentadorias para liberar emendas e
obter maioria no Congresso, ou o uso de aviões para transportar malas em
viagens internacionais, tudo isso pode ser considerado "discurso de
ódio" e, portanto, censurável.
Por outro
lado, se o conteúdo for um vídeo dito "educativo", com pessoas
violando normas sociais básicas — como inserir o dedo no ânus de outro dentro
de uma igreja — isso é visto como expressão da diversidade cultural e,
portanto, permitido. O mesmo se aplica a situações em que crianças dividem
banheiros com adultos de gênero autodeclarado. Isso seria "integração
social".
Povo
brasileiro, que não foge à luta: calma! Ainda tem mais. Como diria Cebolinha:
"a coisa glande está por vir". O artigo 19 do projeto de lei que
regula o que pode ou não ser exibido nas plataformas digitais, ainda não está
claro quanto ao modo de aplicação. Isso significa que qualquer conteúdo pode
ser publicado, mas se for considerado ofensivo por algum usuário, as
plataformas serão obrigadas a removê-lo imediatamente.
Se, por exemplo,
alguém tentar abrir os olhos da população, mostrando que determinados
candidatos sempre votaram com o governo, e tentarem alertar os eleitores contra
a reeleição desses nomes, seu conteúdo poderá ser classificado como discurso de
ódio e ser retirado da plataforma. No entanto, se a mesma crítica for feita por
um aliado do sistema, isso será tratado como liberdade de expressão.
O governo
federal destinou R$ 54 milhões para combater o que chama de "discurso de
ódio" nas redes. Mas de onde vem essa verba? Houve concurso público para
esta contratação? Onde está o edital? Qual órgão a fiscaliza? Ela é usada
igualmente por direita e esquerda? A verdade é que quem tem mais poder, chora menos.
Os "Aiatolás" mandam e parte da população segue cega, colaborando para
o enforcamento da democracia.
A internet
deveria ser um espaço democrático para revelar as falcatruas de todos os lados.
Mas, regulada dessa forma, apenas os editores da "multidão de gêmeos",
definem o que é verdade.
Acorda,
sociedade brasileira. A corda está apertando.
O escritor do lago Nascendo um mundo melhor
Após o texto: Referências
e contextualizações biográficas
* www.youtube.com/watch?si=UCKcMAXnmfzxhkpN&v=_uT4S_aj4So&feature=youtu.be
"Santo do Pau Oco": expressão
popular brasileira que remete a um suposto santo oco de madeira usado no
período colonial para contrabando de ouro. Hoje, representa hipocrisia
religiosa ou política.
"Descondenação": refere-se
de forma crítica à decisão do STF de anular condenações do ex-presidente Lula.
"Artigo 19": o PL das
Fake News (Projeto de Lei 2630/2020) cita o artigo 19, que trata da
responsabilização de plataformas por conteúdo considerado ofensivo, gerando
polêmicas sobre censura e liberdade de expressão.
"Opus Dei" e "Satiagraha": usados aqui em tom irônico. A Opus Dei é uma instituição católica
tradicionalista; "Satiagraha" foi também o nome de uma operação
policial no Brasil nos anos 2000 contra crimes financeiros e corrupção.
Cueca e malas de dinheiro: fazem
referência a escândalos de corrupção envolvendo políticos como o deputado José
Guimarães (caso da cueca) e a operação da PF que encontrou malas com R$ 51
milhões atribuídas a Geddel Vieira Lima.
Fontevisualcitada:https://www.youtube.com/watch?si=UCKcMAXnmfzxhkpN&v=_uT4S_aj4So&feature=youtu.be

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