A
menina e o poeta
Este
não é um conto de fadas, historinha de embalar criança, aconteceu. Uma linda
menininha vivia em uma cidadezinha do interior. Aquela com uma igrejinha, praça
central, uma venda, uma escola e algumas casinhas. Aninha era a moradora mais
bela daquele lugarejo.
Uma
mocinha prendada que muitos moços da cidade queriam para ser sua metade da
laranja. Entretanto Aninha era muito reservada, menina simples que adorava sua
família. Não ligava muito para os olhares dos moços da cidade. Vez por outra
ficava um pouco assanhadinha com Seo Paulo, um senhor que morava num sítio
próximo e que diziam gostava de escrever.
Um
domingo na missa Aninha viu Seo Paulo, estava logo à sua frente e seus olhos se
cruzaram. Ouve um sorriso discreto de ambos. Após o término da missa, na saída,
Aninha mais atiradinha como se diz no interior chamou Seo Paulo, que foi pego
desprevenido afinal, conversava pouco com as pessoas da cidade. E com ela nunca
nem pensou em conversar, era a menina mais linda. Um olhar gracioso, um sorriso
encantador, uma Lady. Por fim começaram a conversar.
Aninha
pediu se era verdade que Seo Paulo escrevia, ele confirmou, falando sobre o que
escrevia. Aninha como era de se imaginar adorava poesias. Seo Paulo percebendo
o encanto dela, convidou-a para que um dia desses fosse a sua casa com seus
pais (não poderia ir só, era moça de família) e lhe mostraria seus escritos.
Aninha toda eufórica, toda entusiasmada contou a seus pais. Estes conheciam Seo
Paulo e não viram mal algum, a tarde mesmo Dona Elisa ao encontra-lo na venda,
combinou que iriam à sua casa na terça.
Chega
o dia e às 19 horas bateram na porta da casa de Seo Paulo. Foram recebidos,
como de praxe no interior, com café forte e um bolo de fubá. Feitas as
apresentações começaram a falar sobre Seo Paulo e suas escritas.
Aninha,
depois de alguns minutos, fez uma pergunta um tanto quanto indiscreta no
interior, indagando a Seo Paulo por que ele estava solteiro. E este disse:
-
Estou solteiro por que sai da cidade grande, não gosto daquele movimento todo,
uma noite num sonho um anjo disse que aquele não era meu lugar, tenho raízes
simples, que deveria procurar minha felicidade lá, neste lugar escreveria minhas
poesias e encontraria uma pessoa e que nós seríamos felizes.
Os
encontros começaram a ser mais constantes, os pais de Aninha não se importavam
muito, afinal eram duas pessoas maravilhosas. Dona Elisa começou a sentir um
sorriso diferente no rosto de Aninha, um dia lhe disse, “Aninha, vá ser feliz é
seu porto seguro...”. Naquele dia Aninha pediu a Seo Paulo que fizesse uma
poesia de improviso e Seo Paulo assim o fez:
“
Aos deuses que sei existir neste mundo, imagino que vocês são os mesmos que
enviaram naquela noite a minha casa um anjo para dizer onde estava meu amor.
Pois bem, agradeço a vocês por esta linda alma, tenho certeza que nem no melhor
dos meus dias poderia pedir alguém melhor e mais perfeita que Aninha."
Ainda completou, Aninha, quer casar comigo?
E
foi assim que aconteceu, são felizes até hoje na cidadezinha, moram num sítio
que tem jabuticaba, Pétrus, Fred, outros bichinhos, e muito amor.
Paulo
Cesar
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