sábado, 8 de outubro de 2016

A menina e o poeta



A menina e o poeta

Este não é um conto de fadas, historinha de embalar criança, aconteceu. Uma linda menininha vivia em uma cidadezinha do interior. Aquela com uma igrejinha, praça central, uma venda, uma escola e algumas casinhas. Aninha era a moradora mais bela daquele lugarejo.
Uma mocinha prendada que muitos moços da cidade queriam para ser sua metade da laranja. Entretanto Aninha era muito reservada, menina simples que adorava sua família. Não ligava muito para os olhares dos moços da cidade. Vez por outra ficava um pouco assanhadinha com Seo Paulo, um senhor que morava num sítio próximo e que diziam gostava de escrever.
Um domingo na missa Aninha viu Seo Paulo, estava logo à sua frente e seus olhos se cruzaram. Ouve um sorriso discreto de ambos. Após o término da missa, na saída, Aninha mais atiradinha como se diz no interior chamou Seo Paulo, que foi pego desprevenido afinal, conversava pouco com as pessoas da cidade. E com ela nunca nem pensou em conversar, era a menina mais linda. Um olhar gracioso, um sorriso encantador, uma Lady. Por fim começaram a conversar.
Aninha pediu se era verdade que Seo Paulo escrevia, ele confirmou, falando sobre o que escrevia. Aninha como era de se imaginar adorava poesias. Seo Paulo percebendo o encanto dela, convidou-a para que um dia desses fosse a sua casa com seus pais (não poderia ir só, era moça de família) e lhe mostraria seus escritos. Aninha toda eufórica, toda entusiasmada contou a seus pais. Estes conheciam Seo Paulo e não viram mal algum, a tarde mesmo Dona Elisa ao encontra-lo na venda, combinou que iriam à sua casa na terça.
Chega o dia e às 19 horas bateram na porta da casa de Seo Paulo. Foram recebidos, como de praxe no interior, com café forte e um bolo de fubá. Feitas as apresentações começaram a falar sobre Seo Paulo e suas escritas.
Aninha, depois de alguns minutos, fez uma pergunta um tanto quanto indiscreta no interior, indagando a Seo Paulo por que ele estava solteiro. E este disse: 
- Estou solteiro por que sai da cidade grande, não gosto daquele movimento todo, uma noite num sonho um anjo disse que aquele não era meu lugar, tenho raízes simples, que deveria procurar minha felicidade lá, neste lugar escreveria minhas poesias e encontraria uma pessoa e que nós seríamos felizes.
Os encontros começaram a ser mais constantes, os pais de Aninha não se importavam muito, afinal eram duas pessoas maravilhosas. Dona Elisa começou a sentir um sorriso diferente no rosto de Aninha, um dia lhe disse, “Aninha, vá ser feliz é seu porto seguro...”. Naquele dia Aninha pediu a Seo Paulo que fizesse uma poesia de improviso e Seo Paulo assim o fez:
“ Aos deuses que sei existir neste mundo, imagino que vocês são os mesmos que enviaram naquela noite a minha casa um anjo para dizer onde estava meu amor. Pois bem, agradeço a vocês por esta linda alma, tenho certeza que nem no melhor dos meus dias poderia pedir alguém melhor e mais perfeita que Aninha." Ainda completou, Aninha, quer casar comigo?
E foi assim que aconteceu, são felizes até hoje na cidadezinha, moram num sítio que tem jabuticaba, Pétrus, Fred, outros bichinhos, e muito amor.


Paulo Cesar

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