O
Beija-flor e o Leão
Era
uma vez num país não tão distante.
Um
lugar lindo de um céu azul contagiante, uma floresta interminável, sua fauna
maravilhosa dentre outras belezas. Seus habitantes, animaizinhos lindos,
beija-flores, tartaruguinhas, peixes e outros bichinhos graciosos. A harmonia
deste lugar impressionante, quebrada apenas quando os ditos reis da selva
buscam saciar sua fome, esta incontrolável.
Estes
reis da selva não se contentam apenas com o justo para cada morador da
floresta. Sua força desproporcional não é usada em benefício do reino, apenas
em causa própria. As feras tem como ponto comum o acúmulo de riquezas, cada um
quer construir seu reino maior que o outro.
Inconformado
com isso um beija-flor resolveu marcar uma reunião na floresta. Colou edital
nas principais árvores e pedras, mandou whats, sinal de fumaça, assovio, valia
tudo pra chamar a galera. Qual sua surpresa? Estava parecendo reunião
pré-dilúvio, tinha ao menos um casal de cada espécie, até leão apareceu.
E
iniciou o falatório, até parecia reunião de condomínio só haviam conversas
paralelas. Cada um olhava o seu problema, não discutiam em conjunto. A piranha
falando mal da galinha que tava ciscando pra todo lado. O jaboti reclamando da
lebre que andava muito rápido nos carreros. Tinha sucuri reclamando da sorte,
não pegava nada, só podia ser cagada de urubu e outras reclamações infundadas.
Nisto o leão percebeu que o beija-flor tentava em vão chamar a atenção de
todos, era pequeno e ninguém dava credibilidade a este. Indignado com os
participantes, levantou-se e deu um urro, uns desmaiaram, outros se borrarão
todo, outros até tentaram correr, mas pareceu mais sensato calar. Por fim o
silêncio se fez presente. Então, o beija-flor começou a falar.
E
neste começar a falar os bichos foram prestando atenção as coisas como elas
realmente aconteciam. A culpa não era dos leões, das sucuris, das piranhas,
todos sendo animais precisam se alimentar. A mais bela borboleta precisa do
néctar das flores, o lindo sagui precisa das frutas a bela ave precisa de uma
minhoca. A natureza é assim, um ajuda ao outro.
O
problema está nos animais que gerem a floresta. Os porcos que se alimentam com
os impostos e não distribuem a saúde, educação, os ratos que consomem a merenda
antes que estas cheguem às escolas. Os bichos preguiças que não saem das suas
cadeiras nos serviços públicos, apenas leem jornais, afinal possuem
estabilidade de emprego. As antas que são incorporadas a administração pública
apenas por ser parente do prefeito. Os burros que fazem vistas grossas aos
desvios de verbas. As raposas velhas que gozam de privilégios aprovados por
eles, para eles. E foi assim por mais duas horas, o beija-flor mostrando aos
animais da floresta como todos eram enganados.
Por
fim os animais perceberam, as feras que atrasam a harmonia na floresta não seus
habitantes e sim os hábitos e costumes dos seus gestores.
Em
uma atitude simples decidiram, os que administram a florestas não poderiam mais
continuar em cargos públicos, serão todos afastados. E qualquer um que venha a
trabalhar em prol da sociedade deve ter ficha limpa, se não tiver, não pode
sequer candidatar-se.
Passados
duas ou três eleições na floresta não se ouviu mais falar em desvios de verbas,
super salários, aposentadorias diferenciadas e outras maracutaias. Caso
acontecesse o servidor da floresta teria vida curta, a estes a pena capital, a
morte de sua carreira pública.
Eis
a dica desse país que serve a todos nós, ”...devemos ter a força do leão e a
delicadeza do beija flor...” assim seremos felizes.
Paulo
Cesar
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