terça-feira, 19 de abril de 2016

A Reeleição a caminho do SUS

Foi o maior furdunço a inauguração de um complexo cultural no Rio de Janeiro. Trouxeram talvez, o mais famoso Zé arquiteto do mundo no momento. Inovou, tudo de mais moderno foi usado. As redes de rádio e televisão deram a mais sublime cobertura. A presidenta chegou a bordo de um VLT. Havia mesa interativa, fotos, autoridades, coisas de patrão. O pessoal do primeiro mundo olhando tudo isso deve ficar impressionado com o brasileiro. Eita povinho... dói de inocente.
Pois é, cá inauguram um bagual de um elefante branco e noutro lado da cidade tem um hospital que falta médicos, enfermeiros, ambulâncias, equipamento, falta de tudo. Na verdade há lugares que faltam até o próprio hospital... isso não é fantasia, é cultural?
Em uma cidade no Paraná, para comemorar seu aniversario foi convidada uma famosa dupla sertaneja, a qual cobra um valor significativo por seu trabalho. Tudo bem é seu trabalho... Mas a saúde da cidade precisa de investimentos ou não? Para amenizar o impacto e se justificar o prefeito ressalta, ˝é importante o investimento em cultura para esse povo sofrido˝. Faz lembrar Ronaldo fenômeno, ˝é importante um evento desta magnitude˝ sobre a copa do mundo. E se estes fossem obrigados a usar nosso Sistema Único de Saúde, será que investiriam em copa do mundo, música?
 Não há que se discordar desta observação, mas sim, depois que o povo assegurar seu direito à saúde, ai sim... cabe à cultura. Apenas parafraseando o singular Ariano Suassuna, ˝... há os que concordam comigo e os que estão equivocados˝.  Até porque, dar cultura a moribundo fica sem sentido.
São prioridades que devem ser bem analisadas. Ouvir música ou ter qualidade de vida para ouvir música? Peça a uma pessoa com cálculo renal qual é o seu sonho? Tenho certeza, tratamento a laser para explodir as pedras. Na visão de muitos políticos brasileiros o importante é a cultura, mas a dor não é deles.  
Temos que nos insurgir ante essas aberrações ditas por esses falsos brasileiros. Os políticos têm planos de saúde ou dinheiro que cobrem qualquer necessidade em relação a saúde. Como eles não precisão de Sistema Único de Saúde, dão a nós o que acham conveniente.
É ano de eleições e como sempre, o mesmo blá, blá... promessas de melhores hospitais, mais asfalto, transporte público de qualidade, combater a corrupção e por ai vai.
Vamos nos unir e dar a estes os mesmos tratamentos que nos dão quando precisamos da saúde. Vamos deixá-los na fila da reeleição. Esperando os médicos, que somos nós, para curá-los.
Paulo Cesar

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