quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O príncipe encantado


O príncipe encantado

No interior do país, havia duas amigas que foram criadas juntas, Luíza e Cláudia. Ambas sonhavam a mesma coisa para seu futuro, ser feliz e formar uma linda família.
Eram vizinhas em uma pequena vila, daquelas que todos se conhecem, são parentes, amigos, ou apenas vizinhos. No lugarejo, a tradição familiar é regra. Com predominância católica, os hábitos religiosos são leis. Colonizada por pessoas simples, pequenos agricultores. Aquele lugar gostoso com uma praça, a igreja central fica a sua frente. Algumas vendas. Ruas sem asfalto, apenas pedras irregulares, mas somente na rua da igreja. Quatro quadras para qualquer direção e você já esta saindo da vila. Andando uns vinte quilômetros, há uma cidade grande.
Luzia era uma menina daquelas para casar. Seus pais a educaram para ser uma mulher, mãe, dona de casa perfeita. Desde cedo aprendeu a arte da culinária, até chás para dores ela entendia. Fazia concertos em roupas. A casa estava sempre em perfeita ordem. Era muito educada. Tinha um conhecimento sobre sexualidade, pertinente a cultura de onde foi criada. Enfim, era a moça ideal para um casamento tradicional. E ela amava ser assim, uma mulher perfeita em busca de um príncipe encantado.
Cláudia a mesma coisa, outra menina para casar. Também educada nos moldes de uma família de cidade pequena. Porém, seus pais tinham doutrinas religiosas um tanto diferentes. Seus pais acreditam apenas em Deus, não no querer dos homens. Eram até um pouco postos de lado, em algumas circunstancias. Como por exemplo, na quaresma, em que a família não se abstinha de carne. Até faziam, mas por respeito aos amigos. Como fazer a confissão, para eles era um ato indiferente, faziam suas orações a Deus e como o viam, pediam desculpas ou faziam agradecimentos, ao próprio criador, não usavam de intermediários.
Porém, o que os deixavam na verdade mais afastados do convívio daquela sociedade, era o fato de não serem casados na igreja. Uma coisa inadmissível para aquela vila. Entretanto, o casal era muito respeitado. Nunca se ouviu qualquer discussão entre eles. Estavam sempre juntos, às vezes ele viajava, sua família era de longe, ela ficava dias sozinha. E isto nunca causou qualquer mal estar entre eles. Não se uniram pela lei dos homens, porém, são um casal que vivem pelo respeito de um ao outro.   
Muito diferente de alguns casais, unidos em matrimônio na igreja e que juravam fidelidade. Porém eram casais problemáticos, separavam, voltavam, outros viviam de aparência, diziam que alguns, até dormiam em camas separadas.
Basicamente esta era diferença entre Cláudia e Luíza. A distância entre o deus de uma família e da outra. No mais tudo correu muito próximo a elas.
Algo interessante aconteceu entre as duas, que chamou muito a atenção. Quando começaram a fazer faculdade, a educação de casa, de cada uma, as pôs um dia, a discutir sobre o príncipe encantado. Escolheram o mesmo curso, filosofia. E depois de certo tempo de faculdade, questionaram, existe um príncipe encantado?
Para Luíza sim, afinal de contas, foi isto que aprendeu a vida toda. Deveria ser mãe, mulher, dona de casa, seguir o que dita os bons costumes daquela região. Agindo desta forma, um dia iria conhecer uma pessoa, que a faria muito feliz.
E no começo da faculdade, viveu isto por algum tempo. Conheceu Carlos, um rapaz de uma cidade vizinha, bonito, inteligente, culto, de família antiga daquele lugarejo. Também fazia filosofia. Porém era o primeiro namoro de Luíza, ela não sabia bem como se comportar. Pedir a ajuda de Cláudia, também não era grande coisa, ela não tinha muita experiência. Mas as dicas de sua mãe, a preveniu de ataques, de meninos mal intencionados. No inicio era interessante o namoro, mãos dadas, ir à igreja, caminhar entre as pessoas da cidade, com aquele que poderia vir a ser seu marido. Contudo, passado uns tempos, os beijos e caricias de Carlos começaram a querer “conhecer” áreas proibidas. Só destinadas a depois do casamento. Em uma conversa sincera, decidiram romper o relacionamento. Carlos confidenciou que era muito jovem para pensar em casamento, e que gostaria de aproveitar mais sua juventude. Luíza entendeu, afinal de contas, sua mãe a alertou disso - há pessoas que querem apenas passar tempo e você não foi educada para isto. Mas tudo bem, seu príncipe encantado poderia não aparecer no primeiro encontro. Foi alertada disto.
Logo após o termino do relacionamento de Luíza, Cláudia conheceu uma pessoa, João. Um cara mais velho, cursava o quarto ano de jornalismo, comunicativo, estudioso, sempre discutia sobre noticiais atuais e se agradaram fácil um com o outro. As orientações de sua mãe, com relação a sexo para Cláudia, estavam mais direcionadas ao uso da camisinha e as consequências na falta desta.
Isto não quis dizer, que Cláudia saiu desde cedo conhecendo as artes do sexo, no entanto, a preveniu de doenças. E o namoro foi gosto, durou um bom tempo, mas logo que João terminou a faculdade, buscou outros ares e o namoro acabou.
E aconteceram outros namoros, mais duradouros ou não, uns mais gostosos, outros apenas decepções para ambas. Porém, o que crescia entre as duas era algo com relação ao príncipe encantado. Este foi tomando outras formas, não era mais um cara num cavalo branco, lindo, atlético, de família, aquele dos contos de fada.
E sabiam, a realidade é outra. O cara maravilhoso que elas procuravam era diferente, trabalhador, responsável, pai de família, uma pessoa preocupada com o futuro de um casal, da vida em sociedade. Este era o príncipe encantado que elas idealizaram. O filho de reis, só Hollywood poderia suprir. Contudo, uma pessoa que respeitasse um ao outro, já seria muito bom.
Passado algum tempo após o termino da faculdade. Decidiram morar na cidade grande e continuar seus estudos. Porém, os pais de Luíza não viram com bons olhos isto. Acharam que Cláudia, em razão da orientação religiosa dada por seus pais, estaria tirando Luíza, do caminho que eles traçaram a sua filha. Ela já deveria estar casada, no mínimo noiva e nada. O que teria acontecido indagavam os pais. E um dia chamaram Luíza para conversar sobre casamento, relacionamentos. Ela tremeu, sabia já que os pais iriam questionar sua demora em ter uma família.
Então decidiu conversar com Claudia, para que ela ajudasse a argumentar sobre ainda ser solteira.
E cada uma falou um pouco sobre aquilo que viu na vida, conforme a ótica religiosa de seus pais.
Luíza disse que ainda quer um príncipe, mas as coisas não são bem assim. Esta pessoa só existe em filmes, contos de fada, novelas, a realidade é outra. No que Cláudia concordou de pronto. A pessoa que ambas procuram, é a mesma que os homens querem para suas esposas. Isto foi confidenciado por alguns namorados a elas. Pessoas mais pé no chão, que não buscavam a bela adormecida na torre. Aspiravam por uma pessoa simples, fácil, sem chiliques de princesas, que batalhassem por alguém, que estivesse sempre a seu lado. Na alegria, tristeza, doença, no tombo, enfim, em qualquer situação. Esta pessoa não é fácil de encontrar, mas caso aconteça, você será feliz. E não há que ser um príncipe.
Então Cláudia emendou; - pois é nossos pais tem um relacionamento maravilhoso. E continuou; - não parece ser só o amor que os une, vejo também o respeito que um tem pelo outro, como o fator decisivo para esta união.
E Luíza disse; - concordo pessoas adultas, escolhem também pessoas adultas, para serem felizes.
Então Cláudia disse; - sou filha de um príncipe e uma princesa, filhos do rei mór, Deus.
 E fechou com chave de ouro; - no respeito que um tem pelo outro, geraram eu. O verdadeiro amor entre um homem e uma mulher.
Este é para Deus, o casamento perfeito.


Paulo Cesar

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O paraíso do sertão


O paraíso do sertão

Ouvindo a música Luar do meu sertão, João, na estrada, “viajou” em uma paisagem. Aquela de tirar o fôlego, que deixa qualquer um longe do mundo. Eram umas seis e pouco da tarde e a da letra da música, caiu como uma luva, “não há, ó gente, ó não, luar, como este do sertão...”.
Nestas horas, seus pensamentos tomam formas de prazeres, e levam você, para um lugarzinho todinho seu. Uma montanha, o sol caindo, ao fundo alguns bois, a vegetação se escondendo no luar que vem descendo. Ahhh!!!! Como queria uma rede preguiçosa para dormir. Aquilo tudo marca como uma fotografia e faz o espectador sair da vida, viajar. Uma casinha no pé da serra, onde tudo é perfeito. A gostosa sinfonia do encontro das pedras e a água, num riacho calmo, que serpenteia e some de vista. “É bom di mais da conta”. O canto mágico dos passarinhos e suas revoadas em total sintonia. As cigarras em algazarras, até o grilo lembra a felicidade. Porém, neste instante voltou a si e pensou; “é bom, lindo, porém eu quero mais que isto”. E a música no mesmo verso; “não há, ó gente, ó não, luar como este do sertão”.
Contudo, não dá para viajar muito. João precisava ir ao médico e estava dirigindo. Há alguns dias se sentiu mal, sua pressão não estava boa. Segundo seus amigos, deveria sair desta vida louca, sem tempo sequer para seus filhos. Precisava frear este corre-corre.
João era jovem, pouco mais de quarenta anos. Dois filhos lindos, dezesseis e dezessete anos, sua mulher, Maria, recentemente completou 38 verões. Precisava mudar seus hábitos, sempre quis ser feliz, vencer na vida, ter tudo do bom e do melhor, entretanto, isto estava cobrando um preço alto. E João sabia que deveria dar uma geral na “maquina”.
Desde muito cedo João estudava, queria ser doutor e assim nutrir ele, sua família e principalmente seu conceito de felicidade; ser uma pessoa vencedora. E conseguiu, porém, hoje percebe que pagou um preço alto por isto. Perdeu o crescimento dos filhos, sempre viajou a negócios. As formaturas do colegial, segundo grau, festinha de aniversario então, contou nos dedos em quantas esteve presente. Será que escolheu o destino errado?
E a resposta veio fácil, seu amigo Carlos, pedreiro (oficial da construção civil). Um profissional de mão cheia, sua casa foi ele quem construiu, não confiaria a outro. Tem um salário que deve ser muito bom. Possui casa própria, um bom carro, viaja sempre com a família, o filho estuda em um bom colégio, está presente nas comemorações. Quando sentam para “tomar uma”, Pedro sempre cobra; - eai, quando vamos pescar e colocar o papo em dia? Já tinha um bom tempo que isto não acontecia. Estes pequenos prazeres na vida de João, são na verdade grandes luxos. Sua certeza é outra, precisa correr para um novo compromisso.
Neste momento, recordou algo, Carlos havia dito que estava negociando um sítio, será que deu certo, precisava saber. Seria interessante sentar e papear, afinal eram amigos e um quer sempre o bem do outro.
Por fim chegou ao destino. O médico já tinha os resultados. Há poucos dias teve um mal súbito e foi hospitalizado as pressas, porém, nada de mais foi diagnosticado. Mesmo assim o médico achou melhor fazer exames de rotina. Foi retirado um pouco de sangue e enviado a um laboratório. Passado uma semana, deveria retornar para saber como estava.
Depois de dar atenção aos números, o médico falou; - bom João a coisa é séria, você precisa mudar seus hábitos, seu colesterol esta muito acima do normal, você precisa se alimentar melhor. E continuou, - seu coração anda muito acelerado, você deve ter uma vida muito corrida e... Bom, durou mais uns quinze minutos as recomendações. João até lembrou-se de uma música, “corpo esgualepado”, ele estava daquele jeito. Por fim o médico sentenciou; - você precisa escolher, sair deste ritmo, ou não vai muito longe.
Agradeceu as observações do “doutor” e repetiu o que todo paciente diz; - não se preocupe, vou priorizar minha saúde. Ao fechar a porta do consultório pensou, para ele é fácil dizer isto, não tem as mesmas aspirações que eu. Trabalho em uma grande empresa, sou responsável por muitos funcionários. E não posso me dar ao luxo de pescar, para relaxar. Continuou sua caminhada, precisava ir a um fornecedor e depois ir a outro médico. Fez exames do coração. Seria mais um daqueles que diria, esqueça a correria da vida, vá pescar. Entretanto, não foi bem isto que aconteceu, nem havia saído do elevador no hospital, sentiu uma tontura e tudo ficou escuro.
Um tempo depois acorda, aquilo não parecia com nada, que ele havia visto. Estava deitado num local estranho, muitos vultos, vozes que não reconhecia e seu corpo tinha uma sensação diferente. Era como se ele não possuísse corpo. Percebia que as pessoas olhavam e falavam com ele, porém, não entendia nada.
Inicialmente se assustou, será que foi para o céu? Não poderia, seria injustiça de Deus, mal havia feito quarenta anos. Tinha dois adolescentes para criar, seu filho queria ser um espelho do pai próspero. Sua filha precisava estudar muito, queria se formar médica. E Maria sua mulher, linda, cheia de sonhos. Precisava resolver logo a situação. Tentou lembrar como chegou àquele local. Mas nada, tudo estava confuso.
Sempre foi um menino inteligente, tirava boas notas na escola. Filho de pais conservadores, que o ajudaram desde cedo a programar seu futuro. Foi elaborado um cronograma de estudos, que levaria o menino do colégio municipal, a se tornar um doutor famoso. E tudo foi seguido e executado nos mínimos detalhes.
Logo após completar o colegial, fez um curso técnico, assim, quando entrasse na faculdade, estaria um passo a frente de seus colegas de classe. As coisas fluíam bem, passava muito tempo em casa estudando, para algum concurso, vestibular, provas, enfim, qualquer coisa atrelada a sua felicidade, vencer na vida. Ser alguém.
O lado bom da coisa, sempre estava à frente de seus amigos. Seu carro veio junto com sua primeira habilitação. Viajava muito a negócios, a lazer, vez ou outra. Numa dessas viagens conheceu Carlos, um cara gente boa, festeiro, bom de papo, estava sempre rodeado por gatinhas, porém não era muito “dado” a se importar com seu futuro. Quantas vezes chamava João, - sai desses livros, vamos pegar umas meninas. Porém, João não via muitas vantagens nisto. Afinal, o carro, a casa que pretendia ter, exigia muita grana.
E assim foi por um bom tempo em sua vida, estudar, estudar, estudar para ser feliz, ou, estudar e estudar, para comprar sua felicidade. Muitas vezes dava vontade de sair, festar, beber se divertir como Carlos fazia. Entretanto, perder um único dia do seu cronograma, poderia comprometer todos os seus sonhos e de seus pais. João, até nas festas de faculdade, se negava a participar.
 Contudo, em uma oportunidade de fim de ano, conversava com Carlos sobre uma festa. Disse que não iria, pois precisava dominar bem um tema de faculdade. Carlos então indagou, - você já não passou no terceiro bimestre? - Sim, respondeu João e continuou, - mesmo assim quero tirar uma boa nota.
Então Carlos propôs, - se tomar sua lição e você se sair bem, vamos à festa? João pensou e resolveu aceitar o desafio, este seria interessante a ele mesmo. Entretanto, se não estivesse satisfeito com seu desempenho, ficaria em casa. Concordaram e João foi estudar. Deu oito da noite, Carlos apareceu e tomou a lição de João, que se saiu muito bem. Sem muito que discutir, pagou a aposta e saiu com Carlos.
Este se mostrava feliz com a companhia de João. Passaram em muitos bares, foram a algumas casas de dança e por fim resolveram ir a uma festa de faculdade. Coisa estranha aquilo, como as pessoas bebiam, fumavam, riam e se divertiam. João não era de beber, no entanto, ao ver uma gatinha, ficou entusiasmado e tomou umas, incentivado por Carlos, se apresentou. Maria ficou interessada com o “nerd” e quis saber um pouco mais, sobre o “boyzinho” que tentava impressionar. E aquela noite passou rápida, gostosa, provocante, sensual, que maravilha aquela mulher. Porém, João não aprendeu a beber, não deixou o cabelo crescer e não decidiu se casar, como queriam os amigos. Contudo é inegável, foi amor à primeira vista.
Maria fazia pedagogia, não sabia nada de astrologia, nem falava alemão, mas entendia João; - ele programou sua vida toda para ser feliz, é como ele vê a felicidade. Aliados, Carlos e Maria conseguiam vez ou outra tirar João de casa para umas saidinhas. Está intimidade fez bem a eles, se tornaram grandes amigos. Contudo, algumas vezes discutiam sobre a felicidade. Para Carlos, era sinônimo de vida gostosa, muitas meninas, sair, divertir, passear, beber e outras atitudes típicas de jovens daquela idade. Maria e João concordavam num ponto, Carlos deveria se dedicar aos estudos. Que prontamente rebatia os conselhos; - só sei erguer paredes de tijolos. Nesta hora não discutiam com Carlos, apesar da pouca idade, era já um mestre de obras. Maria também via a vida com outros olhos, ser feliz não é apenas carro, casa, bens, ótimos salários, há mais que isto. Como não poderia deixar de ser, aconselhava João sobre os males que o estresse causa; - um dia a vida vai cobrar isto de você. E João arrematava, sou feliz assim.
Entre os três não havia um conceito de felicidade. Para João era trabalhar, estudar, construir um nome. Para Maria era ser feliz, ter aquilo que seu salário lhe proporciona, estar com as pessoas que lhe fazem bem. Para Carlos era outra coisa, queria as gatinhas, sair, festar, jogar bola e ser pago por seus serviços. Como trabalhava muito bem, tinha um ótimo salário. E este proporcionava a Carlos, uma vida tranquila e com saúde.
João se formou e em sua festa, apresentou uma prima a Carlos. Meio doidinha ela, os dois saíram da formatura altas horas e apareceram segunda em casa. João e Maria não se preocuparam, um era a cara do outro. Tanto isto é verdade, que nove meses depois eram pais. E nada parecia mais feliz que esta nova família.
Se espelhando em Carlos, João pediu Maria em casamento. Já trabalhava em uma grande empresa, havia concluído mestrado, agora faria pós. E foi aquela festança. Carlos e sua mulher eram padrinhos. As economias bem planejadas de João, garantiram uma bela viagem de núpcias. Foram à Europa, passaram quinze dias visitando museus, e outros pontos turísticos. Doze meses depois, como todo bom planejamento veio seu primeiro filho. Logo concluiu a pós, depois veio sua filha, nossa que felicidade.
Então João disse; - não posso morrer, tenho muito que viver.
Dito isto, uma mão suave segurou a sua e Maria falou; - não vai acontecer, mas você precisa diminuir o ritmo.
Surpreso João abriu os olhos, viu seus filhos, também Carlos e sua esposa, ao seu fundo seu médico. Nesta hora pensou, ufa, não devo ter morrido. Este explicou o que havia acontecido, teve um forte ataque cardíaco, mas por sorte, estar no hospital e conseguiu vencer a morte. Entretanto, precisava decidir o que precisava para viver. E as palavras do médico, o ajudaram a decidir sobre seu futuro, não resistiria a outro ataque cárdico.
Passado três meses do episodio, João havia vendido alguns imóveis, comprou um sitio e foi viver feliz com sua família. Escolheu um rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo, onde as coisas da cidade, não lembram nada a felicidade daquele lugar. Por quê?
Simples, por que não há, ó gente, ó não, luar como este do sertão.

Paulo Cesar

domingo, 13 de janeiro de 2019

Creia em Deus, por que nos homens, não vale a pena, são todos, mentirosos.

             

A humanidade sempre acreditou existir um ser superior, um Deus. Todas as raças tem uma crença, que justifica a existência do homem, de quem o fez. Este ser, Deus, doutrina ou qualquer outra designação parece ser algo subjetivo, entretanto, na vida toda da humanidade, é feita referencia a ele. Logo, apesar de subjetivo deve existir. Não apenas por que a humanidade, em toda sua existência acredita nisto, mas sim, porque talvez mais que 99% da humanidade, crê em um deus.
           Por conta disto, desta fé que a humanidade tem, é mais certo afirmar que deus existe, mesmo este sendo subjetivo, que crer na palavra do homem, em seus interesses.

A pessoa eleita à presidência do Brasil, provou isto. Para chegar aonde chegou, prometeu o que poderia, deveria e que estava a seu alcance, para alcançar seu objetivo. Agora como um gato que dá o tapa e esconde as unhas, está mostrando suas garras.

            Lamentável, a população como uma criança, acreditou na conversa do adulto e hoje começa a perceber que está sendo molestada. A promessa era uma, porém mudou o rumo, em uma nação de pessoas iguais, os diferentes é que tem razão, eles mandam.

Juízes militares e outros, têm direito a aposentadorias especiais, não são mortais como o resto da população. Lembra a musica espinheira danada? “Quando entrar o fulano, sair o sicrano será bem melhor”. Porém nada muda, o país já foi um reino e nossos reis eram corruptos. Vendiam títulos por de contos de réis, a pessoa poderia ser conde, outra quantia um marquês ou duque e muitos outros, coronéis então nem se fala. E este era uma governo falido, bom era a república, entretanto, algum tempo depois, favorecidos por apadrinhamentos, gozavam de privilégios. Passado algum tempo, o militarismo tomou o poder, com a finalidade de por ordem na casa. Anos mais tarde, respeitáveis senhores das forças armadas, ao deixarem o poder, também “largaram mão” da transamazônica. Ainda hoje ela esta para ser terminada. Mas a grana foi usada, ainda não se sabe para quê. Truculentos, fizeram muitos órfãos. Ao deixarem a galinha dos ovos de ouro, se autoconcederam benefícios. Isto é, legislaram causa própria. Deixaram as famílias pensões polpudas, por gerações. Filhas de generais ganham verdadeiras fortunas. E não podem ser mexidas, são leis.

         Algum tempo depois de deixar o poder, os militares reassumem. E têm um novo discurso de mudar o país, pois este virou uma m...

Entretanto, está parecendo que não vai mudar muita coisa. De novo, a população migalhas para que sobreviva. Como os civis que não estão mais a frente de governar o país, agora são os militares, vão rever, para melhor seus privilégios.

O Brasil está falido, os aposentados são culpados por isto. Seus novecentos e cinquenta reais quebram a previdência. As aposentadorias milionárias não. Os “nem mil” devem ser revistos, (para menos), o povo deve trabalhar mais tempo para se aposentar. Talvez uns cinco anos a mais, depois que morrer. Assim quem sabe possam receber a aposentadoria e claro, minorada em cinquenta por cento do salário mínimo, que é suficiente para se ter uma vida digna.

           É, quer conhecer o caráter de um homem, dê poder a este. Não é o militarismo o melhor sistema para governar um país, ou quiça a democracia, parlamentarismo, reinado?

Não, nenhum desses, o melhor governador de um país, do mundo é Deus, este nunca engana seu povo.

             Não vá o sapateiro, além do sapato.


             Paulo Cesar




quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Como matar um leão de chácara


Como matar um leão de chácara

Que tal darmos outro voto de confiança, a atual equipe que governará o Brasil? Já que fizemos isto, elegendo um presidente, onde muito coronel torceu o nariz. Poderíamos agora, deixá-lo mais confiante, mostrando que estamos ao seu lado.
Não é nada complicado. Na realidade é muito fácil. Bastaria repetir a dose, quem ajudou a eleger o presidente, basta não prestigiar quem espera seu fracasso.
Como aquele senhor, que apresenta um programa aos domingos de tarde. Este ser mumificado, sempre falador de besteiras, feriu o governo deste país e consequentemente seus eleitores.
Debochou dizendo que o país não vai mudar, como quer a população. Pelo simples fato de que, não existe um messias, não se salva a pátria sozinho e outras titicas próprias de um “galinhossauros” (coisas de quem tem titica de galinha na cabeça, desde os dinossauros).
Entretanto, este analfabeto cultural não sabe, porém, a pessoa que goza do status de presidente, o tem, por que muitos e muitos MILHÕES de BRASILEIROS, o elegeram presidente. Logo, esta pessoa não está só.
E caso as pessoas se unam, como fizeram para elegê-lo presidente e não assistam, aquele “desperdício de tempo, sem algo aproveitável”. Isto feito, sua audiência vai despencar e não venderia se quer, cerveja no verão. E sem patrocinadores, seria a morte do inútil.
Ademais, não parece moral uma pessoa que não reside neste país, opinar sobre a qualidade deste, ou daquele candidato. Para que a opinião desta pessoa, tenha alguma importância, ela deveria viver no Brasil. Como não o faz e parte do que arrecada aqui, investe em outro país. Não parece estar defendendo o interesse da população, caso isto fosse verdade, aplaudiria a escolha. Como fez em outras oportunidades. Porém, nesta, não desejou sucesso ao escolhido pela maioria. Pelo contrário, parece torcer pelo fracasso. A mão que balança o berço.
Então, que vá opinar sobre Trump. Mora nos EUA, gosta daquele país, vá cuidar da sua bunda e do tio Sam. Discuta sobre o muro no México, as bombas, atiradores doídos e outros problemas dos patriotas de lá.
Pois os patriotas de cá, cá estão, procurando acertar. Sem importar-se com sua opinião.
Cuidado com os eleitores deste presidente, unidos eles derrubam coronéis. Logo, fazer uma lesma voltar a suas origens, será ainda mais fácil.

Paulo Cesar