Carandiru
ll
Há
alguns anos, vivemos “Carandiru”. Um massacre desumano. As cenas corriam o
mundo, mostrando, a inexperiência da polícia brasileira. Mas muito além disso,
mostrava também a falta de dignidade do ser humano ante o ser humano.
Nos
dias atuais, as mesmas cenas correm. A diferença básica àquelas, as teve estão
mais finas, as imagens mais nítidas, no mais, nada mudou.
As
cenas só não são uma reprise fidedigna, por conta do elenco. Cento e lá vai
bastante dos atores, morreram aquele tempo. Afora isto, poucas coisas estão
diferentes. O mesmo enredo, os personagens principais, políticos pastelões
obrigando policiais a “entrar e silenciar”. A oposição, com os gritos de
sempre, “... se fossemos nós a coisa seria diferente...” ou “... não gostou,
chamem os direitos humanos e coloquem-nos como escudo a estes bandidos,
assassinos, estupradores...” também outra covarde, “... não gostou, leva casa...”,
frases feitas, típicas de apresentadores de moral duvidosa.
O
que a imprensa internacional, diz sobre a evolução, da cultura brasileira? O
que quiserem, se desdenharem de nós, chamamo-os de arrogantes e saímos por
cima, afinal, temos o jeitinho brasileiro pra tudo. Não admitir a culpa, um
deles.
Tropa
de Elite, inspirou-se em muitas cenas daquela matança. Como não aprendemos
aquela época. Como não mudamos nada. A tragédia se repete. Nossos presídios
país afora estão reeditando CARANDIRU ll. Por quê?
Por
que nada mudou, a superlotação daquela época, a mesma de hoje. Os políticos, os
mesmos hipócritas com seus discursos ultrapassados, “bandido bom é bandido
morto”. “não gostou, leva pra casa”, “os presídios serão construídos, só falta
liberar a verba”. Sempre a mesma conversa pra boi dormir.
Prestemos
atenção. Olhando o passado, percebendo o presente, qual a lógica do raciocínio
para nosso futuro? Carandiru lll, Carandiru lV... V, como esperar melhoras,
nada muda há anos.
Não
resolve nada levar estas pessoas pra casa, o que resolve é, fazer alguma coisa,
eu, você, ele, enfim, nós. Muitos dos “gritadores”, poderiam tomar atitudes
efetivas, para um país melhor. Não o fazem, apenas criticam. Não se dão conta
de onde esta o erro, acham que sabem tudo. E segundo Millor Fernandes; “quem
acha que sabe tudo, está muito mal informado”. Pelo simples fato, os ideais
políticos do primeiro Carandiru são reeleitos. “desta vez vai mudar”, “desta
vez vai mudar”, parece jingle de natal, repetitivo. Mas nada acontece. Por que
nada muda? Os gritadores reelegem os ideais políticos. E quando pessoas de fora
dizem que nosso país é medíocre, achamos ruim e dizemos que não, que somos
bons. Para provar isso mostramos umas arvores capengas, muitas bundas e... e
cabo. Cultura, ideologia, coletividade visando o mesmo fim, alguns sinônimos de
crescer juntos, não existe. Os erros de 1800 e antes disso continuam. Como
aspirarmos um lugar ao sol?
Enquanto
em países desenvolvidos, sinônimo de cultura é, a um restaurante você pagar a
conta de uma pessoa, família, que aparenta precisar desse ato, em nosso país,
ainda, jogamos lixo as ruas, “damos cafezinho, aceitam cafezinhos, nossos
idosos não tem preferência aos coletivos, às ruas, compramos produtos do
Paraguay, há pessoas que cometem o absurdo de reeditar prazos de validade (como
aceitar isso, noutro mercado alguém fará a mesma coisa com ele), mantemos
robautos, é tanta mediocridade junta. Portanto, devemos aceitar, o que dizem as
pessoas de outras culturas. É apenas verdade.
Caso
você tenha atitudes como estas, e grita que devemos levar os bandidos para
casa, faça um exame de autoconsciência, perceba, tome um “chá de sitocol” e
cale.
Está
sendo omisso, não age. É conivente com O Carandiru ll, a saga continua. Sua
inação é como um voto em branco, apoia a maioria.
O
filme, Tropa de Elite, mostra onde estão os grandes culpados. As pessoas
responsáveis por não haver o “paredão” que separa as facções. Toda dinheirama
desviada, mata, constrói obras publicas onerosas, desnecessárias, inacabadas,
farras e mais farras com nosso direito.
Todos
sabem, os impostos bem investidos, não reelegem erros. Acabaria a zorra e isso
não interessa a facção dominante. Como sanguessugas morreriam.
Não
gostou? Respeito sua opinião, mas deveria respeitar a minha, quero qualidade de
vida a minha família, ao país, a vida.
Quem
quer a vida viva, faça sua parte, não seja covarde. Não grite, “não gostou leve
pra casa”, não seja conivente com o “jeitinho brasileiro” assim venceremos as
facções que assolam este país. A facção que mata nossa sociedade, também a
administra. “È a mão que balança o berço”
É
“tão” fácil, bonito, honesto, gentil, prazeroso, ser um país de primeiro mundo,
basta não fazer ao outro, aquilo que não quer a você.
Aquele
que não faz nada por você, tem foro privilegiado, auxilio paletó e outras
benesses, apenas por que você, o autoriza a refazer, o nada que fazem, a cada
quatro anos.
Paulo
Cesar
Nenhum comentário:
Postar um comentário