″O
Brasil é feito por nós. Está na hora de desatarmos os nós.″
Uma
frase impactante nos idos do século passado. Barão de Itararé foi mais um
desses que nós só entendemos o que ele diz, anos mais tarde. Como também cantou
Raul Seixas; ″... a solução é alugar o Brasil, nós não vamos pagar nada...″ A
lógica do raciocínio? Simples, nós emperramos nosso crescimento,
como cimento.
É aquela historinha, falta de identidade, de
patriotismo, de querer o bem comum, de ser mais família. Ter cada um em sua
casa uma bandeira do Brasil. Assim como fazem os arrogantes americanos, os
soberbos argentinos, os japoneses sabe tudo e outros que amam seu país.
Enquanto vangloriamo-nos do pentacampeonato mundial de futebol, do Éden das
bundas, das conquistas na apoteose do samba e outras ilusões de enganar cegos,
mágicas baratas, aqueles fazem por seu país. Consequentemente pensando na
coletividade tem mais educação, respeito, amor por seus irmãos, qualidade de
vida.
Os
reflexos lá? É tia subindo de elevador o IDH, nada de escadas, as ruas limpas.
A saúde, pasmem, com médicos nos hospitais, sim há hospitais públicos, escolas
com banheiros (nada de ir ao matinho), água tratada para seus filhos, chegam ao
absurdo de seus políticos fazer a outros o que gostaria que fizessem a ele.
Parece até desenho animado de Tão Tão distante. Enquanto isso, cá parecemos
formiguinhas nutrindo gafanhotos. Não andamos, na esteira da ilusão não saímos
do lugar.
O
atraso deste país em relação a outros não tem a ver com fuso horário, meridiano
de Greenwich, linha do Equador, aqui nossa balança é viciada. Sempre pende ″pro
lado″ mais forte. É uma bola de neve lançada logo após Dom João desembarcar no
Brasil, lá começou tudo. Portanto, para que seu país, meu país, ou melhor, para
que nosso país mude, não vai ser apenas uma garrafada de cipó mil homens.
Devemos todos desatar os nós.
Acabar
com o mal do coronelismo, o toma lá dá cá, jeitinho brasileiro, lobby,
nepotismo, nepotismo cruzado, foro privilegiado, estabilidade de emprego esses
e outros são alguns exemplos dos nós que emperram o crescimento deste país. Há
dois desses nós que beiram o absurdo.
Os
americanos não entendem o quer dizer foro privilegiado. Inocentes, é fácil.
Foro privilegiado funciona como 007 do James Bond, lá autorização para matar em
defesa do reino, cá ser julgado por comparsas em crimes contra o reino. E a tal
da estabilidade no emprego, justificada para que coronéis não mandassem
funcionários ″lá pra onde Judas perdeu as botas″. Deveriam todos os nós do Brasil
residir lá. Mas assim, vamos falar a verdade, que sujeito teria coragem de
subir no palanque e dizer que quando eleito derrubaria esses absurdos? Perderia
milhões de votos dos funcionários que só mamam na teta. Aqueles que não mostram
serviços, não largam o jornal, tem estabilidade de emprego. Que político
concordaria em perder o foro privilegiado, o vale tudo, 007 para falcatruas?
Partido algum aceitaria isso.
Devemos
acabar com essa coisa de que gato preto dá azar, dar cafezinho ao guardinha de
trânsito, fazer fé na Mega-Sena e outras tantas conversas pra boi dormir.
Precisamos
é desfrutar do potencial que Deus nos deu. Acreditar que cada um fazendo sua
parte, honrando nossa bandeira, nosso país, os ganhos a este povo serão
inimagináveis. Água boa, escolas com qualidade, hospitais que assistam quem
precise e muitas outras benesses que fazemos justiça.
Assim
nosso país será aquele que dizem às crianças em suas pequenas frases de
primeiro ano: Meu país é bonito.
Só
isso! E as tias querem que a criança seja mais ousada, crie frases mais longas,
explicativas, mas não é necessário.
Um país
bonito tem tudo que precisamos saúde, paz, dignidade, estradas boas e outras
coisinhas que esses inocentes sabem quais são.
Precisamos
de um Brasil sem nós.
Precisamos
de um Brasil, bonito.
Paulo
Cesar.
Muito boa a reflexão. O problema do Brasil é o brasileiro e quando deixar de criar nós e criarmos laços tudo será diferente.
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