domingo, 17 de julho de 2016

Nós do Brasil

″O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatarmos os nós.″
Uma frase impactante nos idos do século passado. Barão de Itararé foi mais um desses que nós só entendemos o que ele diz, anos mais tarde. Como também cantou Raul Seixas; ″... a solução é alugar o Brasil, nós não vamos pagar nada...″ A lógica do raciocínio? Simples, nós emperramos nosso crescimento, como cimento.
 É aquela historinha, falta de identidade, de patriotismo, de querer o bem comum, de ser mais família. Ter cada um em sua casa uma bandeira do Brasil. Assim como fazem os arrogantes americanos, os soberbos argentinos, os japoneses sabe tudo e outros que amam seu país. Enquanto vangloriamo-nos do pentacampeonato mundial de futebol, do Éden das bundas, das conquistas na apoteose do samba e outras ilusões de enganar cegos, mágicas baratas, aqueles fazem por seu país. Consequentemente pensando na coletividade tem mais educação, respeito, amor por seus irmãos, qualidade de vida.
Os reflexos lá? É tia subindo de elevador o IDH, nada de escadas, as ruas limpas. A saúde, pasmem, com médicos nos hospitais, sim há hospitais públicos, escolas com banheiros (nada de ir ao matinho), água tratada para seus filhos, chegam ao absurdo de seus políticos fazer a outros o que gostaria que fizessem a ele. Parece até desenho animado de Tão Tão distante. Enquanto isso, cá parecemos formiguinhas nutrindo gafanhotos. Não andamos, na esteira da ilusão não saímos do lugar.
O atraso deste país em relação a outros não tem a ver com fuso horário, meridiano de Greenwich, linha do Equador, aqui nossa balança é viciada. Sempre pende ″pro lado″ mais forte. É uma bola de neve lançada logo após Dom João desembarcar no Brasil, lá começou tudo. Portanto, para que seu país, meu país, ou melhor, para que nosso país mude, não vai ser apenas uma garrafada de cipó mil homens. Devemos todos desatar os nós.
Acabar com o mal do coronelismo, o toma lá dá cá, jeitinho brasileiro, lobby, nepotismo, nepotismo cruzado, foro privilegiado, estabilidade de emprego esses e outros são alguns exemplos dos nós que emperram o crescimento deste país. Há dois desses nós que beiram o absurdo.
Os americanos não entendem o quer dizer foro privilegiado. Inocentes, é fácil. Foro privilegiado funciona como 007 do James Bond, lá autorização para matar em defesa do reino, cá ser julgado por comparsas em crimes contra o reino. E a tal da estabilidade no emprego, justificada para que coronéis não mandassem funcionários ″lá pra onde Judas perdeu as botas″. Deveriam todos os nós do Brasil residir lá. Mas assim, vamos falar a verdade, que sujeito teria coragem de subir no palanque e dizer que quando eleito derrubaria esses absurdos? Perderia milhões de votos dos funcionários que só mamam na teta. Aqueles que não mostram serviços, não largam o jornal, tem estabilidade de emprego. Que político concordaria em perder o foro privilegiado, o vale tudo, 007 para falcatruas? Partido algum aceitaria isso.
Devemos acabar com essa coisa de que gato preto dá azar, dar cafezinho ao guardinha de trânsito, fazer fé na Mega-Sena e outras tantas conversas pra boi dormir.
Precisamos é desfrutar do potencial que Deus nos deu. Acreditar que cada um fazendo sua parte, honrando nossa bandeira, nosso país, os ganhos a este povo serão inimagináveis. Água boa, escolas com qualidade, hospitais que assistam quem precise e muitas outras benesses que fazemos justiça.
Assim nosso país será aquele que dizem às crianças em suas pequenas frases de primeiro ano: Meu país é bonito.
Só isso! E as tias querem que a criança seja mais ousada, crie frases mais longas, explicativas, mas não é necessário.
 Um país bonito tem tudo que precisamos saúde, paz, dignidade, estradas boas e outras coisinhas que esses inocentes sabem quais são.
Precisamos de um Brasil sem nós.
Precisamos de um Brasil, bonito.

Paulo Cesar.


Um comentário:

  1. Muito boa a reflexão. O problema do Brasil é o brasileiro e quando deixar de criar nós e criarmos laços tudo será diferente.

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